A cidade de Sertãozinho, a 333 quilômetros de São Paulo, ganhará, até o final do ano, uma estátua do Cristo Redentor, talvez o símbolo mais conhecido do Rio de Janeiro e que está presente também em outros municípios do País. A prefeitura da cidade do Interior paulista, no entanto, pretende que a imagem seja maior até mesmo do que a localizada na cidade maravihosa, considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno. Com o monumento, Sertãozinho será o novo ponto de partida do Caminho da Fé, trajeto de 550 quilômetros percorrido por peregrinos que seguem até Aparecida do Norte, no Vale do Paraíba.
A construção do Cristo Redentor de Sertãozinho começou em 2008, mas foi embargada e paralisada no ano seguinte por falta de licenças ambientais. Problemas na estrutura de apoio da estátua e a necessidade de reforço estrutural também foram fatores determinantes para a paralisação das obras. A atual administração municipal, diante da situação, realizou um processo de licitação para a elaboração de um novo projeto.
As obras, orçadas em R$ 4 milhões, foram retomadas em 13 agosto. Deste montante, a administração anterior investiu cerca de R$ 900 mil, deixando o restante para o governo atual, que obteve repasse do Ministério do Turismo de aproximadamente R$ 1,4 milhão. O restante dos investimentos partirá dos cofres municipais.
Características - O conjunto do monumento em Sertãozinho, terá 57 metros de altura, sendo um pedestal de 39 metros e a escultura do Cristo com 18 metros. O do Rio de Janeiro mede 38 metros, sendo oito de base. Ele será instalado no Parque Municipal Antônio Gimenes Filho, onde também haverá quiosque de alimentação, mirante circundado por escadaria, caminhos no meio da vegetação fechada, iluminação noturna e elevador de acesso ao mirante.
Segundo o secretário de Obras de Sertãozinho, Alex Fabian Cardin, a cidade ganhará mais uma importante fonte de arrecadação: o turismo e os segmentos que acompanham o setor. Hoje, a economia do município, de 111 mil habitantes, vive basicamente das usinas de açúcar e álcool e dos mais de 3,5 mil estabelecimentos comerciais e de serviços.
"O monumento do Cristo, com 70 toneladas, será o principal atrativo turístico de Sertãozinho", afirmou Cardin. Segundo ele, a opção por um pedestal maior é para que a escultura possa ser vista à partir de qualquer ponto da cidade.
O mesmo otimismo é compartilhado pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Sertãozinho, Geraldo José Zanandréa. Para ele, o fluxo maior de pessoas na cidade, que visitam a imagem, aumentará o consumo, principalmente nas áreas de alimentação, hospedagem, serviços e transporte.
"O aumento da atividade comercial gira as engrenagens da economia municipal, com a consequente criação de novos postos de trabalho no comércio e no setor de serviços, aumentando renda e qualidade de vida da população", disse Zanandréa.
Caminho da Fé - No final do mês passado, a administração municipal de Sertãozinho assinou um convênio que determina que a cidade será o novo ponto de partida da rota de peregrinação Caminho da Fé. Os peregrinos sairão do Cristo e irão para Cravinhos, ponto de partida atual da caminhada.
O trajeto completo até Aparecida do Norte, de 550 quilômetros, é feito em 25 dias. "Estamos demarcando o caminho nas áreas urbana e rural. Assim que o monumento estiver concluído e erguido, o Caminho da Fé já poderá ter Sertãozinho como ponto de partida", disse o secretário de Obras.
A expectativa é que o monumento esteja erguido até outubro. As obras da base estão em andamento, mas a estátua já foi finalizada. Os demais equipamentos do entorno serão finalizados até dezembro.
709 metros acima do mar
Inaugurado em 12 de outubro de 1931, o Cristo Redentor do Rio de Janeiro fica no topo do Morro do Corcovado, 709 metros acima do nível do mar e, como dizem os cariocas, abençoando a cidade. Com 38 metros de altura, sendo oito de pedestal e 30 de estátua, é a segunda maior escultura de Cristo no mundo. Em primeiro lugar está a de Cristo Rei, da Polônia, com 52,5 metros: 33 de estátua, três da coroa e 16,5 metros de pedestal.
A construção do monumento no Corcovado foi sugerida pela primeira vez em 1859. Mas a ideia só foi retomada em 1921, quando dos preparativos para as comemorações do centenário da Independência. As obras começaram em 1926 e a escultura foi erguida em concreto armado, além de revestida por um mosaico de triângulos de pedra-sabão da região de Carandaí, em Minas Gerais.
Entre as pessoas que colaboraram para a obra, destacam-se o engenheiro Heitor da Silva Costa (autor do projeto escolhido em 1923), o artista plástico Carlos Oswald (autor do desenho final do monumento) e o escultor francês de origem polonesa Paul Landowski (executor dos braços e do rosto da escultura).
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